Projeto piloto de monitoramento das águas residuais urbanas e seu impacto em duas bacias no Brasil |
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O saneamento no Brasil é um grande desafio dado seu tamanho continental e sua população de mais de 210 milhões de habitantes: quase 50% da população urbana não está conectada aos sistemas de esgoto e menos de um quarto das águas residuais são tratadas.
Os lançamentos de águas residuais não tratadas em áreas urbanas altamente concentradas e a poluição dos rios - exacerbada pela escassez de água ligada à mudança climática - afetam a biodiversidade aquática, geram graves problemas de saúde pública e afetam a segurança do abastecimento de água potável.
Em resposta a este desafio, o Brasil revisou o marco regulatório nacional para o saneamento de 2007. O novo marco regulatório para o saneamento básico (lei n°14.026 de 15 de julho de 2020) estabelece metas para a universalização dos serviços de saneamento básico (água potável, coleta e tratamento de esgoto, gestão de resíduos sólidos urbanos e drenagem urbana) em nível nacional. Esta nova legislação estabelece metas para a universalização dos serviços de água, esgoto e resíduos sólidos, com base em quatro pilares principais - planejamento, regulamentação, regionalização e concorrência - e incentiva uma maior participação do setor privado no setor de saneamento através de parcerias público-privadas (PPPs).
Objetivos do projeto
O objetivo principal do projeto FASEP "M.A.R.U." é fortalecer o monitoramento dos lançamentos e do impacto da poluição gerada pelas águas residuais urbanas, para melhorar a identificação das ações a serem implementadas por duas das agências pioneiras brasileiras de bacia do Brasil - a AGEVAP e a Agência das Bacias PCJ - para proteger a qualidade dos recursos hídricos e dos ambientes aquáticos nas bacias dos rios Paraíba do Sul e Guandu e nas bacias dos rios Piracicaba, Capivari e Jundiaí.
Fases do projeto MARU Brasil
O projeto está sendo implementado em duas fases:
Financiamento
Financiamento da França (Fundo FASEP) de 800.000 euros aprovado pelo Ministério Francês de Economia e Finanças para um período de 22 meses (agosto de 2021 a junho de 2023).
Parceiros e beneficiários
O projeto é implementado pelo Office Internacional de l’Eau (OiEau) em colaboração com os principais beneficiários, que são as duas agências de bacia:
Essas agências fazem interface com os Comitês de Bacia em seus respectivos territórios e com os beneficiários indiretos.
Os beneficiários indiretos são:
Um clube de empresas francesas está associado ao projeto. Os membros deste clube de empresas para este projeto Fasep são os seguintes: Aqualabo, Aquassay, Bioceanor, EFS, EGIS Brasil, Eurofins, Hydroconseil, IRD, Matec, NKE, Suez Pole Mer & Milieux Aquatiques, assim como "France Water team", um cluster de competitividade de empresas do setor de água.
Dependendo das necessidades e decisões dos beneficiários, estas empresas podem ser solicitadas para fornecer serviços ou equipamentos.
Instrumentos legais de parceria
A implementação deste projeto é objeto de um protocolo de intenções que foi assinado em 25 de julho de 2021: "Protocolo de intenções que entre si celebram a AGEVAP (Associação Pró-Gestão das Águas da Bacia Hidrográfica do Rio Paraíba do Sul), a Agência das Bacias PCJ (Fundação Agência das Bacias dos Rios Piracicaba, Capivari e Jundiaí (PCJ) e o OiEau (International Office for Water) para o projeto piloto de fortalecimento do monitoramento e avaliação das águas residuais urbanas nas bacias de duas agências no Brasil".
Um Memorando de Entendimento foi assinado em 26 de julho de 2022, em complemento ao Memorando de Intenções, para definir as condições segundo as quais o OiEau, como gestor do projeto, a AGEVAP e a Agência das Bacias PCJ, como principais beneficiários do projeto, e a FCTH (Fundação Centro Tecnológico Hidráulica da Universidade de São Paulo) colaboram para a aquisição, instalação, manutenção e operação do equipamento de monitoramento no âmbito do projeto MARU.
Atividades de projeto
Num contexto multi-atores, este projeto tem como objetivo:
Abaixo estão apresentados mapas e “dashboards” proporcionando uma melhor visão do contexto territorial por tema para as bacias piloto envolvidas no projeto.